domingo, 9 de janeiro de 2011

Concepções de Algumas Religiões sobre a Morte



Judaísmo

A mais antiga das religiões ocidentais fundamenta-se nas escrituras deixadas pelos profetas na Bíblia Sagrada. A vida é preparação para um mundo vindouro; a cremação é proibida. Judeus não velam mortos com caixão aberto, pois a exibição do corpo é considerada desrespeito. Os homens são enterrados com seu xale de oração. Durante a cerimonia, o rabino discursa e os filhos homens recitam oração (kadish). O luto judaico acontece em três fases: shivá – sete primeiros dias; shloshim – período de 23 dias; avelut – estende-se até o primeiro ano após o falecimento, porém só deve ser observado pelos filhos

Cristianismo

Abrange as religiões que professam os preceitos deixados por Jesus Cristo, crê nos profetas bíblicos e no Novo Testamento dos profetas cristãos. Inclui Católicos, Evangélicos, Pentecostais e Ortodoxos (o Espiritismo, que reúne os seguidores de Alan Kardek, é uma tradição particular nesse contexto, pois crê na reencarnação do espírito, que é eterno e evolui). Os cristãos crêem que após a morte o espírito vai para o céu ou para o inferno (os católicos crêem no purgatório), de acordo com os pecados que cometeu. Crêem no Juízo Final, quando os mortos ressuscitarão para uma vida eterna junto a Deus. Os rituais de morte e luto têm similaridades, incluindo: unção, velório, enterro e orações (cultos, missas).
Islamismo

Pertence à tradição dos profetas bíblicos, mas tem Maomé como último grande profeta. Vê a morte como passagem para uma próxima etapa; no Juízo Final acontecerá a ressurreição, todas as almas retornarão a corpos jovens e sem defeitos. A cremação voluntária é proibida. O caixão serve apenas para transportar o corpo até o cemitério; deve ser simples. O velório apenas serve para cumprir a burocracia ou aguardar um parente. Quanto antes for realizado o sepultamento melhor. Não há luto; para o islamita a morte deve ser vista como natural.

Budismo

Equipara a vida presente a uma situação de “sono”, motivada pela ignorância que mantém o homem inconsciente de sua verdadeira natureza e preso a um ciclo de renascimentos e mortes (tudo é transitório e interligado). Ao obter a “Verdadeira Sabedoria”, ele se liberta, alcançando o Nirvana ou estado de perfeição espiritual. Os budistas adoptam prioritariamente a cremação. Durante o luto é importante cultivar sentimentos de gratidão com relação aos familiares que se foram e aprender com o morto sobre a inevitabilidade da morte

Hinduísmo

Crê na reencarnação. A vida na terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. A pessoa pode levar uma vida voltada para o bem e se libertar desse ciclo. O cumprimento correcto do drama (dever prescrito) pode levar o praticante à mukti (liberação) do karma (ciclo repetitivo de nascimento e morte). Os mortos são cremados em uma pira aberta, acesa pelo filho mais velho do falecido.

Candomblé

De origem africana, entende que a vida continua por meio da força vital imperecível de cada um: o ori, que volta a reencarnar em outro corpo da mesma família. O rito funerário (axexé) começa após o enterro e pode durar dias; objectos pessoais do morto são quebrados e jogados em água corrente. A morte leva tempo para ser superada e mais tarde o ente que se foi interfere na energia do grupo ao qual esteve ligado.

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